O velório de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos, foi marcado por forte comoção e acusações de omissão de socorro por parte da Polícia Militar. O jovem foi morto durante uma operação do Bope, realizada durante uma festa junina no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, na noite da última sexta-feira (6).

A cerimônia de despedida ocorreu neste domingo (8), no Cemitério São João Batista, e reuniu familiares e amigos, muitos deles vestindo camisas do Flamengo, time do coração de Herus. Office-boy e pai de um menino de 2 anos, ele foi lembrado com homenagens emocionadas e palavras de revolta.
O que dizem os pais sobre a atuação da PM?
Durante o velório, os pais do jovem, Mônica e Fernando Guimarães, relataram ao jornal O Dia o momento em que perderam contato com o filho. Segundo eles, Herus havia saído para comprar um lanche próximo à festa, quando os disparos começaram. De acordo com Mônica, uma amiga presenciou o momento em que ele foi atingido por um tiro de fuzil na barriga.
Ela afirma que policiais militares arrastaram o corpo do filho e o deixaram em uma escadaria, isolando a área com grades e impedindo que ele fosse socorrido. A mãe acusa os agentes de ignorarem os pedidos de ajuda:
“Não deixaram socorrer o meu filho. Todo mundo gritava, e eu ligava para ele. O telefone chamava. Os policiais impediram qualquer tentativa de ajuda. Foi omissão de socorro. Foi assassinato”, desabafou.
O pai, Fernando, cobrou explicações:
“Quem autorizou essa operação? Eles viram a festa e seguiram mesmo assim? Se foi o comandante, ele é o responsável. Se foram os policiais por conta própria, a culpa é deles. Meu filho estaria vivo.”

O que diz a Polícia Militar sobre a operação?
Em nota, a Polícia Militar informou que a operação foi motivada por denúncias sobre criminosos armados que estariam se preparando para confrontos com facções rivais. Segundo a corporação, os policiais foram atacados em diferentes pontos da comunidade. As equipes utilizavam câmeras corporais, cujas imagens serão analisadas.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou perícia no local e apreendeu as armas dos agentes envolvidos. O comando do Bope também instaurou um procedimento apuratório interno.
Quem acompanha o caso?
Além da Polícia Civil, a operação está sendo acompanhada pelo GAESP/MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (CDHC). O Ministério Público confirmou que foi previamente informado sobre a ação.
O tiroteio deixou cinco pessoas feridas, entre elas um adolescente de 16 anos, integrante de uma quadrilha junina de São Gonçalo. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, apenas uma das vítimas segue internada no Hospital Municipal Souza Aguiar, em estado estável.
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