SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Países árabes e organizações de direitos humanos condenaram os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza nesta terça-feira (18), enquanto os EUA afirmaram que o Hamas “escolheu a guerra” ao se recusar a libertar os reféns que ainda estão no território palestino.

“O Hamas poderia ter libertado os reféns para estender o cessar-fogo, mas escolheu a recusa e a guerra”, afirmou, em um comunicado, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, um dia após os bombardeios de Tel Aviv colapsarem a trégua que estava em vigor desde o dia 19 de janeiro. Segundo autoridades palestinas, os ataques mataram ao menos 400 pessoas, incluindo crianças.
O chefe de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) disse estar horrorizado com os ataques. “Isso adicionará tragédia sobre tragédia”, disse o alto comissário Volker Turk em um comunicado. “O recurso de Israel a ainda mais força militar só aumentará a miséria sobre uma população palestina que já sofre condições catastróficas.”
Já o chefe do escritório de direitos humanos da ONU para o Território Palestino Ocupado, Ajith Sunghay, chamou de trágica a retomada dos bombardeios. “Estamos novamente vendo cenas de corpos mutilados de crianças e corpos envoltos em mortalhas”, disse ele em uma entrevista coletiva em Genebra. “É inaceitável, até inimaginável, estarmos novamente falando sobre isso em vez de apoiar um caminho em direção à recuperação significativa e à paz sustentável.”
Países árabes também se manifestaram, incluindo o Qatar, um mediador chave entre Israel e Hamas. O país condenou os ataques e afirmou que há necessidade de retomar as negociações para implementar as novas fases do acordo de cessar-fogo.
Para a Turquia, os bombardeios representam uma nova fase na “política de genocídio” de Israel contra os palestinos. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores turco disse que era inaceitável causar um “novo ciclo de violência” na região, acrescentando que a “abordagem hostil” do governo israelense ameaçava o futuro do Oriente Médio.
A Rússia, por sua vez, disse que condenava quaisquer ações que levassem à morte de civis.
“Moscou soube com profundo pesar da retomada da operação militar de Israel na Faixa de Gaza”, disse o Ministério das Relações Exteriores do país em um comunicado. “Como a experiência mostra, é impossível resolver a questão da libertação de reféns pela força.”