SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Fuvest, vestibular da USP (Universidade de São Paulo), vai realizar um simulado de redação no fim de abril para preparar os candidatos ao novo modelo que inclui a possibilidade de serem cobrados diferentes gêneros textuais.
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Após mais de duas décadas trabalhando apenas com textos dissertativos, a Fuvest anunciou em dezembro do ano passado que passaria a cobrar outros formatos de texto, como carta, crônica, discurso, post de internet, entre outros formatos.
A mudança faz parte de um movimento da Fuvest, um dos mais tradicionais vestibulares do país, de cobrar diferentes habilidades dos candidatos.
O simulado vai ser feito nos dias 26 e 27 de abril de forma online. O horário da aplicação e o tempo de duração ainda serão definidos. Os interessados devem fazer a inscrição gratuita no site da Fuvest entre os dias 15 e 22 de abril.
Segundo a organização, serão apresentados um conjunto de textos base com duas propostas de gêneros textuais distintos.
Serão corrigidos, por sorteio, as duas redações de até 3.000 participantes. Todos, no entanto, terão acesso a suas redações e poderão realizar o download de seus arquivos, a partir de 15 de maio, para que possam fazer as correções em suas escolas ou cursinhos.
A nova proposta de redação da Fuvest segue modelo similar ao que a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) já adota desde 2015. Na última edição do vestibular, os candidatos da Unicamp tinham que escolher entre duas propostas: escrever uma carta de denúncia de trabalho doméstico análogo à escravidão ou elaborar o texto de um discurso sobre refugiados e asilo político.
VESTIBULAR TERÁ OUTRAS MUDANÇAS
As mudanças na Fuvest incluem também a cobrança de novos componentes curriculares no vestibular. A partir da próxima edição, conteúdos de filosofia, sociologia, educação física e artes passam a ser formalmente exigidos nas questões.
Esses conteúdos já são previstos no currículo escolar do ensino médio, mas, até então, não eram formalmente exigidos na Fuvest. A reformulação do conteúdo programático do vestibular está alinhada ao que já define a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento que orienta o que deve ser ensinado em todas as escolas do país.
Além da mudança no conteúdo, as perguntas da Fuvest também passam a ser mais interdisciplinares e integrar disciplinas de uma mesma área, a exemplo do que ocorre no Enem.
Na base, os conteúdos escolares são divididos em quatro áreas de conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. No ensino médio, o documento já inclui como obrigatório que os alunos aprendam conteúdos de filosofia, sociologia, educação física e artes.
As mudanças foram aprovadas na semana passada no Conselho de Graduação da USP, depois de terem sido discutidas em grupos de trabalhos com professores de diversas unidades.
A Fuvest 2026 também terá, pela primeira vez, uma lista de leitura obrigatória só com obras escritas por mulheres.