Consumidor brasileiro acha que estará mais saudável daqui 5 anos, diz pesquisa

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DANIELE MADUREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um estudo global da consultoria britânica Euromonitor International com consumidores de todos os continentes aponta que garantir uma boa qualidade de vida ao envelhecer e fazer compras estratégicas, que sejam econômicas e funcionais, estão entre as suas principais preocupações em 2025.

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Na busca pela vida com saúde, o Brasil se destaca: 68% dos brasileiros acreditam que estarão mais saudáveis nos próximos cinco anos, contra 52% da média global. Para isso, de acordo com o levantamento, 58% dos brasileiros pretendem reduzir os riscos de longo prazo para a saúde -o que inclui o consumo de álcool- contra 44% da média mundial.

O Brasil é o quarto país mais confiante em melhorar a própria saúde no curto prazo. Antes dele, os consumidores da Nigéria, Indonésia e África do Sul acreditam que estarão mais saudáveis até 2029. Já os países onde mais consumidores estão dispostos a diminuir o consumo de álcool são Indonésia (81% dos entrevistados), Emirados Árabes Unidos (76%), Índia (75%) e Tailândia (71%).

O estudo “Consumer Trends 2025” ouviu mais de 40 mil consumidores online, a partir dos 15 anos, em 19 países, além do Brasil, entre janeiro e fevereiro deste ano. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais, para mais ou para menos. Em cada um dos países, foi respeitado o perfil sócio demográfico local para a coleta dos dados, feita online por empresas de pesquisa parceiras.

A Euromonitor é uma consultoria global que fornece pesquisas e análises de dados sobre mercados de consumo, indústrias, economias e consumidores.

“O estudo mostra pontos em comum entre consumidores de diferentes geografias, faixas etárias e classes sociais, apontando pontos em comum entre eles, o que pode direcionar os lançamentos da indústria e a oferta de serviços por parte das empresas”, diz Rodrigo Mattos, consultor de pesquisa da Euromonitor International no Brasil.

Foram verificadas cinco grandes tendências de consumo, nos 20 países pesquisados, como a preocupação com saúde, os riscos da inteligência artificial, perder menos tempo pesquisando ofertas e encontrar produtos que sejam não só verdadeiramente sustentáveis, mas eficientes também.

“As pessoas não querem apenas viver mais, elas querem se sentir melhor por mais tempo”, diz Mattos, destacando que os brasileiros são os mais confiantes em relação à sua qualidade de vida futura. O desejo de longevidade com qualidade molda as escolhas do consumidor hoje. Não por acaso, o mercado de vitaminas e suplementos está em ascensão. De acordo com a Euromonitor, este negócio deve atingir em 2025 vendas globais de US$ 139,9 bilhões (R$ 806 bilhões).

Quase metade dos consumidores planejava colocar mais dinheiro na poupança em 2024 e 72% estavam preocupados sobre o aumento do custo dos itens de uso diário. No entanto, 50% estavam dispostos a gastar dinheiro para poupar tempo -outro bem escasso identificado na pesquisa.

Nesse cenário, as compras por impulso estão em baixa: apenas 18% disseram que fizeram com alguma frequência aquisições sem pensar bem. Qualidade, funcionalidade, conveniência e preço são fatores decisivos na hora das compras, o que faz com que marcas próprias ganhem espaço, especialmente no mercado de alimentação.

PRAGMÁTICO, CONSUMIDOR GOSTA DA IA, MAS TEM MEDO DELA
Na busca por qualidade, quase metade dos consumidores disseram que gostariam de se envolver com as marcas para influenciar a inovação de produtos. “Cada vez mais, o público deseja ver um conteúdo que seja relevante para ele, com benefícios específicos”, diz Mattos, que aponta este como o caminho para conquistar fidelidade.

“O consumidor está mais pragmático, quer uma comunicação mais direta e que o processo de descoberta seja mais intuitivo”, afirma. Como exemplo, ele cita rótulos mais claros nas embalagens, experiências de compra simplificadas, recomendações personalizadas e excelência no atendimento ao cliente.

“O público gravita em torno das marcas que cumprem suas promessas”, diz Mattos. Isso pode ser extremamente relevante em um ambiente de alta concorrência, como as prateleiras de supermercados e farmácias.

De acordo com a Euromonitor, entre janeiro e agosto deste ano, mais de 23 mil novas marcas foram lançadas em categorias de “bens de consumo rápido” (FMCG, na sigla em inglês), que incluem alimentos, bebidas, higiene pessoal, cosméticos, produtos de limpeza e medicamentos sem prescrição, em 32 países.

Em relação à inteligência artificial, os consumidores se mostram divididos. Parte deles considera o uso de IA relevante nos processos de recomendação de compras, interações aprimoradas nos chatbots ou nos assistentes pessoais (a exemplo da Alexa). Mas apontam riscos da IA generativa na criação de respostas imprecisas, infração de direitos autorais ou reforço de preconceitos, especialmente no caso de o conteúdo gerado por IA nas redes sociais -sem ser rotulado como tal- distorcer a realidade.

TENDÊNCIAS DE CONSUMO PARA 2025
Segundo levantamento global da Euromonitor com cerca de 40 mil consumidores
1. Chegando bem à terceira idade – Não só viver mais, mas viver melhor, se tornou o principal objetivo dos consumidores que estão pensando na sua saúde a longo prazo
2. De olho no bolso – Os consumidores querem poupar mais e fazer compras de uma forma mais estratégica e consciente
3. Sustentável e verificado – Consumidores esperam por evidências concretas de que o produto seja sustentável e eficiente ao mesmo tempo
4. Peneirando ofertas – Consumidores querem gastar menos tempo procurando promoções que realmente lhes interesse
5. Em cima do muro com a IA – Os consumidores usam a inteligência artificial, mas pesam os prós e os contras

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