Brasil celebra Dia do Dermatologista os guardiões do maior órgão do corpo humano, não da vaidade

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Acne de tipos diversos, limpezas de pele, queimaduras do excesso do sol ou cuidado com o envelhecimento e qual será o fator do filtro solar correto para usar? Podem ser os assuntos mais falados por muita gente que planeja em “ir ao dermatologista”, mas não é só a isso que se restringe o ofício destes médicos.

Doenças graves como câncer, que só este ano recebeu a estimativa de mais de 230 mil novos casos pelo Ministério da Saúde e a hanseníase, doença negligenciada (leia-se tipo de enfermidade causada por agentes infecciosos ou parasitas e consideradas mais comuns em populações de baixa renda) que carrega o estigma de isolamento total e errôneo, são tratadas pela especialidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de cada 10 profissionais da área, oito eram mulheres, segundo uma pesquisa da entidade feita em 2021.

Por idade, 1.416 as mulheres dermatologistas tinham até 34 anos (20,1%). A presença era ainda mais significativa no grupo etário seguinte, 2.745 médicas tinham entre 35 e 44 anos (38,8%). De 45 a 54 anos, eram 1.452 mulheres (20,5%). Com idade entre 55 a 64 anos, estavam 993 profissionais (14,1%). Já aquelas com mais de 65, eram 466 (6,5%). Quanto aos homens, havia mais dermatologistas na faixa entre 40 e 50 anos (14,8%).

Mais de 700 médicos residentes estavam cursando programa de Dermatologia no início de 2020 (expectativa de novos dermatologistas). A especialidade está ligada à saúde, bem estar, qualidade de vida, tratamento cirúrgico e cosmético de cabelos e unhas.

Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Heitor de Sá Gonçalves destaca que algumas doenças sistêmicas podem dar sinais através de alterações na pele, cabelo e unhas, tais como: covid, doenças da tireoide, linfomas, anemias, lúpus eritematoso, dengue, zikavirus, chikungunya e infecção pelo HIV. “Desde a minha decisão de ser médico entendi que a minha formação e o meu papel estariam atrelados a tratar os problemas sanitários mais negligenciados e vivenciados pela população brasileira. E fui entendendo que a dermatologia permeia um largo espectro. Ela vai desde as doenças infecciosas como as sexualmente transmissíveis, hanseníase, dermatoses infecciosas da infância, alérgicas e imunomediadas, como psoríase e dermatite atopica, bem como atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele.  Foram essas as razões que me motivaram a estudar dermatologia. Longe de ser uma especialidade superficial, de vaidade humana, ela também está ligada às ações que podem otimizar o bem-estar psíquico e gerar uma  auto-estima positiva, através de procedimentos cosmiátricos/estéticos, cuidados com a pele, cabelos e unhas. E é por tudo isso que me sinto realizado. Um médico integral”, conta Heitor.

Integralidade, em saúde pública é um conceito que se refere um dos princípios doutrinários da política do Estado Brasileiro para o Sistema Único de Saúde (SUS), que dão base para a construção de ações direcionadas à materialização da saúde como direito e como serviço ao cidadão.

De uma outra geração, a especialista em cabelos, dermatologista Violeta Tortelly também quis buscar algo que passava longe da vaidade pura e simples e estava conjugado com bem-estar das pessoas, através da dermatologia.

“Acabando a faculdade não sabia se queria clínica médica ou ginecologia. Meus amigos brincavam, porque sempre fui tida como ‘sem frescura’, nunca liguei para roupa, maquiagem, bolsas e afins. Depois quando rodei pelas especialidades, escolhi fazer a dermatologia para poder saber descrever e tratar lesões visíveis. E mais do que isso, acompanhar a melhora praticamente diária só com aquele olhar minucioso. Não dependia de exames complementares na maioria das vezes. Era eu e o paciente. E como a doença de pele é uma doença visível a qualquer olhar, o que angustiava aquela pessoa e também todos ao redor, a possibilidade de agir para que aquilo melhorasse, até mesmo da noite para o dia, me dava uma satisfação enorme!  Hoje faço também estética, mas uma estética consciente. Hoje os pacientes me procuram pelo meu jeito mais ‘vida real’, ‘gente como a gente’ e descobri que estereótipo não define a dermatologia e ela vai muito, mas muito além da estética”, comenta.

Doenças graves tratadas por dermatologistas

Entre as doenças mais graves tratadas por estes profissionais, está o câncer de pele melanoma, com potencial de metástase e de levar à morte. Para 2023 são estimados cânceres do tipo melanoma, mais raro e grave: 4.640 casos novos para homens e 4.340 para mulheres. E do tipo não melanoma, mais comum, 118.570 em mulheres e 101.920 em homens.

Hanseníase

Um importante alerta é quando a pessoa começa a notar manchas na pele sem sensibilidade, especialmente ao calor. Sinais e sintomas da doença, como a diminuição de sensibilidade, sensação de dormência em áreas da pele sem manchas, e o aparecimento de manchas mais claras, vermelhas ou marrons, também com dormência, são alertas para a procura de um dermatologista, visando o diagnóstico e tratamento precoces.

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