O ato de vandalismo aconteceu neste domingo (8)
Os atos golpistas promovidos por bolsonaristas radicais, neste domingo (8), destruíram diversos objetos artísticos e históricos, que ficavam nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os criminosos quebraram objetos do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, sede do Governo Federal.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, os terroristas destruíram parte importante do acervo artístico e arquitetônico. Além das peças históricas, os vândalos também destruíram cadeiras dos ministros do STF, porta do armário das togas do ministro do STF Alexandre de Moraes, objetos e móveis da sala da primeira-dama, Janja da Silva, vidraças do STF (que foram pichadas), diversos eletrônicos, como televisões, computadores, impressoras e ainda galeria de fotos dos presidentes da República que fica no Palácio do Planalto.
A equipe responsável ainda está trabalhando para um levantamento minucioso sobre todas as obras, esculturas e peças de mobiliários destruídas. O prejuízo ainda não foi divulgado.
Confira os artigos históricos e seus respectivos valores:
– Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 — A pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
– Galeria dos ex-presidentes — Totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
– O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para ter acesso às obras.
– Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti — A principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões.
– Obra “O Flautista”, de Bruno Jorge — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
– Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
– Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — Exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
– Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — O móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
– Relógio de Balthazar Martinot — O relógio de pêndulo do século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, diz que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do relógio de Balthazar Martinot.
“O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico”, comenta Carvalho. “Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do Modernismo Brasileiro.”
Confira imagens dos itens:
Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV.
O relógio ficou completamente destruído e será muito difícil ser restaurado
Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti foi encontrada com diversos furos
Obras de arte foram vandalizadas
Obras de arte foram vandalizadas
Salão Nobre do STF
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Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas
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