Preço novo, problema velho: aumento nos ônibus gera críticas no Rio

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Passageiros criticaram o aumento da passagem, e apontaram a falta de conforto


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Marcelo Tavares

 

Após quatro anos, a tarifa dos transportes públicos do Rio ficou mais cara neste sábado (7). De R$ 4,05 saltou para R$ 4,30. O aumento de R$ 0,25 teve como base o reajuste do IPCA. Passageiros criticaram o aumento da passagem, e apontaram a falta de conforto frequente nas linhas de ônibus, ao redor da cidade.

“É sempre assim, aumenta a passagem, mas não aumenta a frota. Viajamos dentro de uma lata de sardinha, no aperto, no maior calor”, disse a diarista Lilian Palmeira, de 52 anos, que trabalha em Copacabana, na Zona Sul.

 

É sempre assim. Viajamos dentro de uma lata de sardinha, no aperto, no maior calor



Lilian Palmeira,

diarista

  

A Prefeitura do Rio alega que aumentou o valor da remuneração aos consórcios de ônibus que prestam o serviço de transporte na cidade, que será de R$ 6,20. O Indicador de Receita por Quilômetro também passa a ser R$ 9,17. O decreto foi publicado no Diário Oficial de terça-feira (4), mas o novo valor da tarifa só começou a valer neste sábado. 

A tarifa de ônibus na cidade do Rio estava congelada desde janeiro de 2019, ainda quando Marcelo Crivella era prefeito e, na ocasião, chegou a um acordo com os consórcios operadores.

 


Prefeitura do Rio alega que aumentou o valor da remuneração aos consórcios de ônibus que prestam o serviço de transporte na cidade

  

O atual prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou, em dezembro do ano passado, que o reajuste seria no início de 2023, durante o período de férias, quando segundo ele, o impacto da medida causa menor repercussão.

“Fica difícil o carioca aceitar numa boa o aumento. Em dia de chuva os ônibus ficam com várias goteiras. As empresas só querem lucrar e não querem investir. Não consigo entender esse aumento com um transporte com tantos problemas na cidade do Rio”, reclamou o porteiro, Cleber do Nascimento, de 54 anos.

 


Transporte coletivo é a principal reclamação dos passageiros


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Marcelo Tavares


  

Nas ruas é possível ver ônibus articulados sucateados e transportando passageiros sem qualquer segurança pendurados nas portas.

O eletricista Jamilton dos Santos, de 46 anos, mora em Cabo Frio, na Região do Lagos. Ao menos uma vez na semana, ele realiza serviço em um condomínio da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Ele contou que não soube do aumento e ficou surpreso. 

“Eu pago R$ 50 na lotada que sai de Cabo Frio e me deixa aqui no Centro do Rio, nem estava sabendo que terá aumento na tarifa dos ônibus daqui. Isso vai pesar um pouco mais no bolso, por mais que seja aumento somente de centavos”, disse.

 

Vai pesar um pouco mais no bolso, por mais que seja aumento somente de centavos



Jamilton dos Santos,

eletricista

  

A vendedora Simone Terra, de 43 anos, mora na Vila da Penha, na Zona Norte. Ela tem costume de pegar o BRT todos os dias da semana na estação Guaporé. Ela conta da precariedade dos veículos aos quais tem viajado. 

“Tudo uma porcaria. Segurança zero. Os ônibus sempre andam com as portas abertas, muitos deles depenados. É horrível. Infelizmente eu tenho que andar nisso. não tem outro jeito”, relatou.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio, Sebastião José, explica que não participa da rodada de negociações com a prefeitura e as empresas de ônibus com relação às tarifas. Reforça, ainda, que tem a expectativa de que com o novo valor haja reposição da perda salarial dos rodoviários.

“Estamos na expectativa que nessa negociação que foi feita entre as empresas e a prefeitura esteja garantido os 10,74% do repasse referente a inflação acumulada de 2021 e 2022. Teremos uma reunião com a Rio Ônibus, vamos estabelecer de que maneira eles irão repor essa perda salarial da inflação, pois ficou acertado em uma negociação que fizemos no tribunal que voltaríamos a discutir essa questão da diferença do acumulado do período no mês de novembro, mas eles fizeram um ofício para o sindicato solicitando o prazo de 60 dias para reabrir as negociações, porque não tinham condições de reabrir naquele momento”, disse. 

O consórcio Rio Ônibus foi questionado a respeito do aumento nas tarifas, mas não enviou resposta. 

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