A Prefeitura do Rio inaugurou, neste sábado (7), o Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI–RIO). O espaço, localizado no prédio do Mercado Popular Leonel de Moura Brizola, na Gamboa, será destinado ao apoio a imigrantes, refugiados e apátridas recém-chegados ao Rio de Janeiro, com a oferta de ações de assistência social, educação e desenvolvimento econômico. O local inicia seu funcionamento ao público na segunda-feira (9).
O CRAI-RIO é uma parceria da Secretaria Especial de Cidadania com o CORE Response e tem o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Em referência ao caso do jovem congolês Moïse Kabamgabe, que foi brutalmente espancado até a morte em fevereiro do ano passado, o prefeito Eduardo Paes destacou a importância da nova rede de acolhimento a imigrantes e refugiados que residem na cidade do Rio.
“Temos que celebrar muito este momento, tivemos um episódio muito triste no ano passado que chamou muito a nossa atenção nessa questão da migração. Estamos fazendo esse esforço agora, com a participação de diversas organizações da sociedade civil, organismo ligado às Nações Unidas e governos estrangeiros, criando este espaço. Esse é um trabalho fantástico da Secretaria Especial de Cidadania e tenho a certeza de que este centro passa a ser um local em que receberemos quem precisa de acolhimento. O Rio sempre foi uma cidade da diversidade, que recebe bem os seus visitantes e quem escolheu morar aqui. Receber essas pessoas é um ganho para a cidade, para a economia, cultura. Temos de abrir nosso coração para quem passa por uma situação difícil ao se deslocar de seus países e procuram o Brasil e, especialmente, o Rio de Janeiro”, afirmou Paes.
Serviços oferecidos
O local vai oferecer assistência jurídica para processos de regularização migratória e obtenção de documentação. Também haverá assistência social para reduzir a vulnerabilidade e incentivar a integração social, por meio de aulas de português. O espaço também vai acolher migrantes, refugiados e apátridas em situação de extrema vulnerabilidade, com o oferecimento de dormitórios emergenciais.
Aulas de inclusão digital serão ministradas com o objetivo de promover a integração econômica dessa população. A OIM será parceira na elaboração destes cursos, que vão oferecer conhecimentos de internet, excel e word básicos para que os migrantes tenham a oportunidade de fazer currículos no modelo brasileiro.
“Vindo de muitas partes do mundo, há muito tempo os estrangeiros chegam a nossa cidade, trazendo sua cultura e deixando descendentes. Defender o direito dessas pessoas deve ser um compromisso de todos nós. Afinal, estamos falando de quem saiu do seu país por decisão própria, ou de refugiados, que deixaram sua terra natal porque corria risco de ser vítima de conflitos armados, violência generalizada, violação maciça dos direitos humanos ou perseguição por questões ligadas à raça, religião, opinião política, nacionalidade ou por participar de grupos sociais. Que esse CRAI seja um espaço de apoio para todas essas pessoas”, declarou o secretário de Cidadania, Renato Moura, que também agradeceu a participação das entidades na criação do centro de atendimento aos imigrantes.
Alojamento Feminino no Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (divulgação: Secretaria Especial de Cidadania)
O CORE Response (Community Organized Relief Effort), uma organização de ação humanitária que executa ações emergenciais de curto prazo, é o responsável por implementar o CRAI-RIO. Após seis meses, a Prefeitura do Rio assume integralmente o projeto e a gestão do espaço.
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