O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 3, que o sistema de cobrança da Dívida Ativa da União teria sido “desmantelado” pelo governo passado e prometeu medidas nessa área ainda no primeiro trimestre deste ano. “Tivemos várias medidas absurdas que prejudicaram muito a capacidade do Estado em fazer valer o seu poder de cobrança. Estamos muito preocupados e já levamos ao presidente Lula que agenda estará no nosso plano de voo”, afirmou, em live promovida pelo site Brasil 247.
Haddad repetiu que o primeiro trimestre do ano será vital para mudar o curso da economia atual, que está desacelerando. “Se a gente recolocar isso no trilho, as coisas vão melhorar. E uma das ações para isso é uma gestão reformulada da Dívida Ativa”, completou.
Ele também prometeu um pente fino nos créditos tributários nos primeiros três meses do ano. “Perdemos parte dos créditos tributários por falta de técnica mesmo. Selecionei os melhores técnicos para recompor a base fiscal que perdemos”, completou.
Questionado sobre um “revogaço” de créditos tributários, Haddad lembrou que Lula já revogou atos do governo anterior que resultariam em perdas de receitas para a nova gestão.
Conta bancária
Provocado pelas notícias de que o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, é titular de contas em paraísos fiscais, Fernando Haddad, respondeu que não mantém dinheiro fora do País. “Tenho uma única conta, conjunta com minha esposa, no Banco do Brasil. Fora isso eu não tenho mais nada. E estou muito feliz com a minha conta e com o atendimento que o BB me dá. Aproveito para fazer propaganda do melhor banco público disponível”, respondeu.
Em outubro de 2021, a revista Piauí e o site Poder360 revelaram a existência de empresas offshore em nome de Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As informações faziam parte da investigação dos Pandora Papers, coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
Questionado por parlamentares na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados em novembro do mesmo ano, Guedes alegou que seus investimentos em paraíso fiscal são legais, que não existia conflito de interesse com sua atuação no governo e que só os mantém para evitar imposto americano aplicado sobre as heranças.