SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que pedirá para que federações internacionais filiadas à entidade nomeiem pelo menos um estádio cada para homenagear Pelé, morto na última quinta-feira (29) por falência de múltiplos órgãos em decorrência da progressão de um câncer de cólon.
“Vamos pedir para que todos os países do mundo tenham pelo menos um estádio com o nome do Pelé para que as crianças saibam a importância dele. É um grande do futebol que nos emocionou”, disse Infantino.
O dirigente da entidade chegou à Vila Belmiro para acompanhar o velório do Rei do Futebol ao lado do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, da Conmebol, Alejandro Domínguez, e da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos.
“A propositura [dos três corações na camisa] foi feita e segue firme, é uma questão de justiça apenas. O Pelé fica nos corações de todas as pessoas que amam o futebol”, concordou Domínguez.
Infantino e os outros cartolas subiram à sala da presidência do Santos Futebol Clube, Andres Rueda, para aguardar o início da cerimônia, prevista para às 10h (de Brasília).
“O Pelé era uma lenda e foi um presente dos deuses para dar emoções para as pessoas. Muitas pessoas tiveram emoções e riram graças ao Pelé porque ele deu isso para as pessoas”, afirmou.
Antes de ser aberto ao público, a Vila Belmiro já contava com considerável fila nos arredores do estádio. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lembrou da primeira partida em que viu Pelé jogar, em Ilhéus.
“Inesquecível, eu tinha 13 anos, mas desde os nove já ouvia os feitos do Pelé. Era muito difícil ter televisão naquele período, mas a gente ouvia no rádio. O Santos foi jogar em Ilhéus conta a seleção de ilhéus e eu pedi ao meu pai que me levasse para o jogo. É um momento que eu jamais vou esquecer. O Santos venceu por 3 a 1 e ele fez o terceiro gol. A torcida ia a loucura sempre que o Pelé pegava na bola. Acho que todo mundo era Santos, mesmo sendo ilheense”, contou.
O corpo do ex-jogador chegou ao estádio que o projetou ao futebol as 4h54, após duas horas de cortejo desde o Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo.
Integrantes de uma torcida organizada soltaram fogos na chegada do corpo em carro funerário escoltado por batedores e carros da polícia.
Desde então, a fila foi crescendo lentamente até torcedores e fãs chegarem em peso a partir das 8h30.
Antes dos dirigentes, a primeira autoridade no velório foi o ministro Gilmar Mendes, torcedor do Santos e amigo do Rei do Futebol.