Ao Congresso, Lula destaca frente ampla e medidas econômicas prioritárias

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Em seu primeiro discurso ao Congresso Nacional, após ser empossado como 39º presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu sua eleição à “frente democrática” formada durante a campanha e destacou o compromisso de “reconstrução” do País. O lema foi, inclusive, escolhido para ser a nova marca do governo federal, “União e Reconstrução”, exibida neste domingo, 1.º, no Palácio do Planalto.

“Se estamos aqui, hoje, é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos ao longo desta histórica campanha eleitoral”, disse o presidente aos congressistas e convidados, elogiando também o papel da Justiça Eleitoral no pleito presidencial.

Na mensagem, Lula classificou como “estarrecedor” o diagnóstico do gabinete de transição sobre o governo Jair Bolsonaro e reforçou suas indicações sobre quais políticas deverá priorizar em seu terceiro mandato. O combate à fome e à pobreza entraram com destaque no discurso, assim como outras medidas econômicas e sociais, como o “resgate” do papel de bancos públicos, de estatais, a estruturação de um plano de investimentos – o novo PAC – e a retomada do Minha Casa, Minha Vida.

“Buscaremos financiamento e cooperação – nacional e internacional – para o investimento, para dinamizar e expandir o mercado interno de consumo, desenvolver o comércio, exportações, serviços, agricultura e a indústria. Os bancos públicos, especialmente o BNDES, e as empresas indutoras do crescimento e inovação, como a Petrobras, terão papel fundamental neste novo ciclo”, disse Lula.

O petista também mencionou que vai dialogar de forma “tripartite” – governo, centrais sindicais e empresariais – sobre uma nova legislação trabalhista, além de garantir que irá acabar com a “vergonhosa” fila do INSS.

A retomada da industrialização e a instituição de uma política industrial que estimule a cooperação público-privada também entraram na mensagem do presidente, que também ressaltou a bioeconomia e a transição energética e ecológica.

“Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola”, disse.

Lula, que reforçou que trabalhará para revogar o teto de gastos, mas ponderou que governou o País no passado com “realismo orçamentário, fiscal e monetário”, buscando estabilidade e “controlando a inflação”. “O modelo que propomos, aprovado nas urnas, exige, sim, compromisso com a responsabilidade, a credibilidade e a previsibilidade; e disso não vamos abrir mão”, afirmou.

Sobre a posição do Brasil no cenário internacional, o petista se comprometeu a retomar a integração sul-americana, a partir do Mercosul e da revitalização da Unasul, mencionando ainda a “reconstrução” de diálogo “altivo e ativo” com os Estados Unidos, a Comunidade Europeia, a China, os países do Oriente e outros atores globais. “Fortalecendo os BRICS, a cooperação com os países da África e rompendo o isolamento a que o País foi relegado”, disse.

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