Anna Kendrick revela que ainda sente culpa por relacionamento abusivo

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A atriz americana Anna Kendrick, 37 estreia como protagonista em um novo filme que tem muito em comum com a sua vida pessoal. Conhecida por atuar na trilogia “A Escolha Perfeita”, Anna se abriu sobre uma experiência dolorosa que até hoje tenta superar.

Ela interpreta Alice no filme “Alice, Darling” que estreou recentemente nos Estados Unidos, uma mulher presa em um relacionamento emocionalmente abusivo enquanto os amigos tentam ajudá-la.

Em uma entrevista para a revista Los Angeles Times, Kendrick -que já foi indicada ao Oscar pelo papel em “Amor Sem Escalas” (2009) -afirmou que o filme ressoou com ela devido aos próprios traumas que enfrentava na época que recebeu o roteiro.

“Eu realmente me identifiquei com a mente obsessiva de Alice. Eu estava saindo de uma experiência pessoal com abuso emocional e psicológico, uma situação em que amava e confiava nessa pessoa mais do que em mim mesma”, disse. “Então, quando essa pessoa te diz que você tem um senso distorcido da realidade e que você é impossível e que todas as coisas que você acha que estão acontecendo não estão acontecendo, sua vida fica muito confusa.”

Anna ainda comentou que, apesar de ver situações parecidas em filmes e séries sobre esse tipo de abuso, não percebeu que era o que estava acontecendo com ela. “Parecia muito distante e isso meio que me ajudou a normalizar e minimizar o que estava acontecendo comigo, porque pensei: ‘Bem, se eu estivesse em um relacionamento abusivo, seria assim'”.

A atriz disse que a recuperação está sendo difícil e desafiadora e que é a tarefa mais difícil da vida pois ainda carrega muita culpa. Contribuindo com a produção com base na própria vida pessoal, Kendrick disse que não queria que o filme tivesse cenas de agressão física para poder retratar as diferentes formas de abuso e as nuances de uma violência psicológica.

“Essa foi uma grande parte do meu problema. ‘Bem, ele nunca me bateu e eu realmente não estou com medo de que ele vá me bater’. [Então] como discernir entre conflito normal e abuso? Por que meu corpo está com tanto medo o tempo todo?”, completou.

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