Familiares de Lola Daviet tiveram que abandonar o tribunal depois de ver imagens do corpo da garota. A menina de 12 anos foi raptada, torturada, estuprada e morta há três anos. A acusada é Dahbia Benkired, cujo julgamento começou na sexta-feira (17/10), na França.

A mulher de 27 anos, imigrante argelina vivendo ilegalmente em Paris, é acusada de atrair Lola para o apartamento da irmã, onde os pais da menina trabalhavam como cuidadores, e cometer os atos de violência que levaram à morte da estudante. Segundo as investigações, a jovem foi abusada sexualmente, agredida com tesoura e estilete, amarrada com fita adesiva, e acabou morrendo por asfixia.
O corpo de Lola, nu, foi colocado em um baú de plástico e abandonado em frente ao local de trabalho de seus pais, onde foi encontrado posteriormente. Durante a abertura do julgamento, Benkired pediu desculpas à família.
“Foi horrível o que fiz. Me arrependo”, disse. De acordo com a imprensa internacional, no entanto, as desculpas foram em tom monótono. O juiz confirmou que ela tinha competência para ser julgada.
Entretanto, a exibição das provas foi intensa e explícitas demais para a família. Segundo veículos franceses, a mãe de Lola, Delphine, teve que se retirar do tribunal enquanto as imagens da filha eram mostradas no Tribunal de Assize, responsável por julgar crimes graves na França.
Câmeras de segurança exibiram Benkired abordando Lola quando voltava da escola, às 15h11, e saindo do prédio uma hora e meia depois, carregando duas malas rosas e um baú preto coberto por um cobertor. Moradores relataram ter visto a acusada transportando os objetos pelo corredor do prédio, com auxílio de alguns vizinhos.
A investigação aponta que Benkired confessou o crime durante o primeiro interrogatório. O caso se tornou alvo de debate político na França, sendo explorado por grupos de extrema direita e contra a imigração. A família da vítima, contudo, pediu para que a tragédia não fosse usada como instrumento político.
No tribunal, familiares de Lola vestiram camisetas brancas com o desenho da adolescente. O irmão da vítima, Thibault, dirigiu-se diretamente à acusada.
“Em nome de toda a família, gostaríamos que vocês dissessem toda a verdade e nada além da verdade, a toda a França e a nós”, disse, lembrando também do pai da menina, falecido em 2024. O julgamento de Benkired, que pode ser condenada à prisão perpétua, durará seis dias.