O Ministério da Saúde recebeu, nesta segunda-feira (13), o primeiro lote de um medicamento que será utilizado no combate ao câncer de mama. O novo tratamento vai garantir a redução de 50% da mortalidade. Foram adquiridas 11 mil unidades, que começarão a ser distribuídas ainda neste mês.

O oncologista clínico, Daniel Musse, fala do avanço na medida e combate contra a doença: “Mesmo com avanços marcantes no tratamento, ainda enfrentamos desafios sérios no acesso ao diagnóstico e ao início rápido do tratamento. Esse levantamento mostra quanto precisamos avançar em pontos básicos, como garantir que uma mulher faça a mamografia ou o preventivo na idade indicada. E, mais do que isso, que consiga atendimento rápido quando o resultado vem alterado”, afirma Musse.
O Governo Federal anunciou que mulheres entre 40 e 49 anos terão direito ao exame de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo sem apresentarem sinais ou sintomas de câncer. A medida visa reforçar o diagnóstico precoce, etapa fundamental para aumentar as chances de cura da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, essa faixa etária concentra 23% dos casos de câncer de mama no país. Até agora, mulheres com menos de 50 anos enfrentavam dificuldade para realizar o exame na rede pública, já que a autorização dependia de histórico familiar ou sintomas clínicos.
Por que a ampliação é importante?
Mesmo com as restrições anteriores, os exames realizados em mulheres com menos de 50 anos já representavam 30% das mamografias do SUS, totalizando mais de 1 milhão de procedimentos em 2024. Agora, o governo pretende expandir o acesso e garantir o rastreamento ativo, ou seja, o exame preventivo a cada dois anos.
A faixa etária máxima também foi ampliada: o limite, antes de 69 anos, passa a incluir mulheres de até 74 anos.
Atenção especial às mulheres negras, pardas e indígenas
A recomendação para iniciar a mamografia a partir dos 40 anos também tem o objetivo de reduzir desigualdades. Dados recentes apontam aumento das mortes por câncer de mama entre mulheres negras, pardas e indígenas, o que reforça a importância da detecção precoce.