Na manhã desta quinta-feira (29), MC Poze do Rodo foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, o funkeiro transformou as letras de suas músicas em um verdadeiro instrumento de exaltação ao crime e ao Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do Rio de Janeiro.
As autoridades afirmam que Poze faz clara apologia ao uso de armas e ao CV, além de desprezar facções rivais como o Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA). As músicas do cantor contêm versos explícitos exaltando a violência e a atuação do Comando Vermelho, como mostram os trechos de “Fala Que a Tropa É Comando Vermelho” e “Tropa do General”.
Por que as letras do MC Poze são alvo da polícia?
De acordo com o chefe da Polícia Civil, Felipe Curi, as músicas de Poze têm um alcance incalculável e são mais prejudiciais “do que o disparo de um fuzil de um traficante”. Os versos falam em “bala nos três c*”, fazendo referência aos rivais, além de mencionar armas como Glock, AK e ParaFAL.
Os investigadores ainda apontam que as joias usadas pelo cantor podem ter ligações com o crime. Segundo eles, Poze precisará comprovar a origem do dinheiro utilizado para adquiri-las e apresentar notas fiscais. O funkeiro foi levado para a cadeia de Benfica e segue detido.
Quais são as letras citadas como prova de apologia?
Trechos das músicas chamam a atenção das autoridades. Em “Na CDD só tem bandido faixa preta”, o cantor exalta o Comando Vermelho: “Na CDD só tem bandido faixa preta / Tentaram vir pegar o homem e a bala voou / Nós é Comando Vermelhão de natureza”.
Já a letra de “Tropa do General”, ele fala da facção TCP: “Os TCPu** tá peidando pro bloco dos cria/Nós odeia ADA e TCP/Desde menor sou Comando, nós é relíquia/ Trem bala dos manos/ Com os fuzil tudo na pista, ah, ah, ah“.
Em “Na CDD só tem bandido faixa preta”, ele fala sobre a tentativa de retomar os espaços que o Comando Vermelho: “Nós tem Glock, tem AK, 62 com mira laser/Terror dos alemão, é os moleque da 13/Nós vamo voltar pra casa e botar a bala pra comer/ Retomar o que é nosso e gritar: É o C.V!/ Na CDD só tem bandido faixa preta/Tentaram vir pegar o homem e a bala voou
Nós é Comando Vermelhão de natureza“.
Essas frases são vistas como incentivo à violência e ameaças diretas aos grupos rivais. Para a polícia, a obra de Poze é parte de uma estratégia de propaganda do CV, algo que preocupa pelo potencial de influenciar jovens e alimentar o poder da facção no Rio.
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