China eleva o tom sobre tarifas de Trump, vê ‘lei da selva’ e mobiliza ‘lobo guerreiro’

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PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – A China não anunciou novas ações de retaliação nesta quinta-feira (6), mas os porta-vozes dos principais ministérios aceleraram a escalada retórica com o governo de Donald Trump.

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Em entrevista coletiva, He Yongqian, do Ministério do Comércio, afirmou que as tarifas adicionais de 10% sobre todos os produtos chineses são “perversas” e que, “diante de atos unilaterais de bullying, [Pequim] vai tomar as medidas necessárias”.

No Ministério do Exterior, Lin Jian já havia dito que Pequim “deplora” as novas tarifas, justificadas “com o pretexto do fentanil”, e que “pressionar ou ameaçar a China não vai levar a nada”. Sobre a droga, “é um problema para os EUA, sua causa raiz está no próprio país”, não no exterior, e “reduzir a demanda interna por drogas é a solução fundamental”.

Nesta quinta, falando sobre a ideia de Trump de “limpar” a Faixa de Gaza e torná-la uma “Riviera” imobiliária, Guo Jiakun, outro porta-voz, descreveu os movimentos americanos como “uma lei da selva” ou “do mais forte”.

Outro sinal da escalada foi a confirmação, por Guo, de que o ex-embaixador na França, Lu Shaye, foi escolhido como representante especial de Pequim para Assuntos Europeus. É quem vai lidar a partir de agora “com países europeus e instituições da União Europeia”, que conhece como enviado “experiente”, buscando “promover diálogo e cooperação”.

A nomeação havia sido noticiada no dia anterior por Zichen Wang, jornalista e pesquisa do Centro para China e Globalização, de Pequim, e vinha ecoando em mídia social.

Lu, que deixou Paris há apenas dois meses, se celebrizou pela agressividade verbal, que o levou a ser descrito como “lobo guerreiro”. Derivado do título de um filme de ação chinês, a expressão designou nos últimos anos os funcionários chineses mais propensos ao embate público.

No episódio mais lembrado, Lu afirmou há dois anos num programa francês de televisão que “pela lei internacional esses ex-países da União Soviética”, em referência aos bálticos, “não têm o acordo internacional efetivo para materializar seu status como país soberano”.

China e Lituânia, um dos países, passavam então por uma disputa em torno da aproximação que a segunda buscou com Taiwan, o que Pequim respondeu reduzindo laços comerciais. A disputa, que serviu para afastar a União Europeia da China, prossegue.

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