Família de jovem esfaqueada por namorado não sabia de agressões

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Jovem segue internada no hospital em estado grave


|  Foto:
Péricles Cutrim


  

A jovem Stephanny Ferreira do Carmo, de 25 anos, já teria sido agredida pelo homem acusado de esfaqueá-la anteriormente. O filho dela, de 7 anos, contou a parentes que o agressor já havia feito outras ameaças a jovem.

A criança é fruto de um relacionamento anterior e a família conta que Adriano Quirino, o acusado, não demonstrava ser um namorado perigoso. Eles jamais imaginavam que a situação chegaria ao ponto que chegou. Os pais e irmãos não sabiam que ele já a agredia. O crime ocorreu na casa do casal na Cidade Alta, em Cordovil, na Zona Norte do Rio, por volta das 4h da manhã deste domingo (1º). 

Leia+: Preso acusado de esfaquear namorada após a virada no Rio

“Eu sabia desse novo relacionamento dela que já durava quase um ano, mas ela não falava do que ela passava. Meu filho de 7 anos, que também é filho dela, que já chegou a falar sobre agressão comigo. Ele disse que já viu o Adriano batendo na mãe dele. Eu cheguei a ligar pra ele e falei pra ele não fazer esse tipo de coisa na frente do meu filho que era criança e não tinha que assistir essa violência. A gente não sabia que ela passava por isso. Tenho para mim que isso podia acontecer há tempos, mas ela não falava para a família porque ele podia ameaçar ela”, contou o motoboy Antônio Roberto Lima Ribeiro, conhecido como Tony, de 34 anos, pai do filho da vítima. 

 

Cena de terror. Eu nunca tinha visto nada igual, ela estava completamente ensanguentada, parecia que estava morta. Eu lembro que gritei por socorro. Ela lutou muito pela vida ali



Alessandra Oliveira,

vizinha

  

Segundo ele, Stephanny é muito importante para o filho do casal e a criança pergunta por ela sempre. “Ela era mãe e também pai dele, a melhor mãe, não tenho o que falar nada dela nesse quesito. Separamos na amizade, eu continuava falando com ela, principalmente sobre o nosso filho. Meu menino viu ela ensanguentada. A gente diz que ela caiu de moto. Deixamos ele longe de televisão, de celular, para ele não ver as notícias. Esses dias ele viu a foto do Adriano na televisão e falou “Papai, olha o Adriano, que me levava para a academia”, afirmou Antônio, que está com o filho. 

 


Casa dela ficou com marcas de sangue


|  Foto:
Via grupo Enfoco


  

A vizinha da jovem e cuidadora de idosos Alessandra Oliveira, de 37 anos, foi quem socorreu Stephanny. Na noite de Réveillon, Stephanny passou a virada no Piscinão de Ramos, acompanhada de Adriano, e depois eles foram para uma praça na Cidade Alta, perto de casa. Quando eles chegaram em casa, a jovem foi esfaqueada no banheiro. Stephanny chegou a correr para a rua para pedir ajuda, mas desmaiou. Foi quando Alessandra soube e a ajudou. 

“Foi uma cena de terror. Eu nunca tinha visto nada igual, ela estava completamente ensanguentada, parecia que estava morta. Eu lembro que gritei por socorro. Ela lutou muito pela vida ali. O que posso dizer é que o Adriano é um monstro, frio, calculista, que saiu da festa que estávamos com ela na praça como se nada tivesse acontecido e em casa esfaqueou ela”, contou a amiga de Stephanny. Depois de entrarem no táxi, as duas foram até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde a vítima permanece entubada. Após o crime, Adriano correu para a comunidade da Nova Holanda, onde tem familiares. Ele se entregou na última segunda-feira (2), por volta das 23h. Na 38ª DP (Brás de Pina), ele confessou o crime. 

“Para a gente, a relação dela com o Adriano era boa, mas algumas amigas dela falaram que ele já agredia ela antes, só que a gente não sabia. Os dois moravam juntos perto da minha mãe e da minha irmã. Os dois trabalhavam juntos, ela era caixa e ele garçom de um restaurante na Vila Valqueire. Eles se conheceram assim e viviam juntos 24 horas. Descansavam de dia e trabalhavam de noite, juntos. Quando houve o acontecido, eles socorreram a Stephanny e depois chamaram a minha mãe”, contou Ronny Ferreira, de 27 anos, irmão mais velho da vítima.

 


Parentes estiveram no hospital Getúlio Vargas nesta terça


|  Foto:
Péricles Cutrim


  

Até então, o Hospital Getúlio Vargas confirmou que o estado de Stephanny é grave. A família afirma que ela está entubada e em coma induzido. Ele confessou o crime, mas disse que o crime foi motivado por traição. “Isso é mentira, mesmo que tivesse traído, isso não justifica, mas a Stephanny jamais faria isso”, afirmou Ronny. 

Na 38ª DP (Brás de Pina), Adriano contou que consumiu bebida alcoólica e fez uso de entorpecentes, e que após isso teve uma discussão por ciúmes com socos e tapas. 

Adriano fugiu após quebrar o tablet do filho de 7 anos de Stephanny e levou, junto com ele, o celular da criança, de Stephanny e uma quantia em dinheiro. Adriano deu por volta de sete a oito facadas na vítima, atingindo o queixo, o peito dela, os braços, dentre outras partes do corpo. Ele foi preso nesta terça (3) por policiais da 38ª DP (Brás de Pina). 

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